Dissertação - Max dos Santos Afonso

Síndrome de Burnout em atletas selecionáveis para a seleção brasileira de handebol - categoria infantil

Autor: Max dos Santos Afonso (Currículo Lattes)

Resumo

São variados os motivos que levam atletas de alta performance à redução do desempenho, tanto físico quanto emocional. Treinamentos exaustivos, críticas, cobranças por parte da família, treinador, equipe, diretoria e patrocinador, fazem com que atletas desenvolvam estresse crônico, por esgotamento mental e profissional. Este estudo é vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Epidemiologia, Gestão e Trabalho em Saúde (GEPEGeTS), da Universidade Federal do Rio Grande - FURG e teve como objetivo investigar a presença da Síndrome de Burnout em atletas infantis selecionáveis para a Seleção Brasileira de Handebol, pré e pós realização do Acampamento Nacional de Desenvolvimento e Melhoria Técnica. Trata-se de pesquisaquantitativa, observacional. Foram incluídos no estudo 64 atletas da categoria infantil, imersos no Acampamento Nacional de Desenvolvimento e Melhoria da Técnica de Handebol, no município de São Bernardo do Campo, São Paulo, em dezembro de 2018. Os dados foram coletados no início e no término do acampamento, utilizando um instrumento elaborado pelos autores, contendo variáveis sociodemográficas e profissionais dos atletas e o Questionário de Burnout para Atletas (QBA). Os dados foram tratados com estatística descritiva (frequência e percentual, média e desvio padrão) e inferencial (comparação de médias). Para a comparação dos escores médios obtidos nos construtos do QBA, na chegada e no término do acampamento,foi utilizado o Teste t. Para comparar os escores médios dos construtos do QBA com as variáveis sociodemográficas, foi utilizado o Teste t para duas médias ou ANOVA para três ou mais médias, considerando nível de significância de 95% (p0.05). Os resultados evidenciaram predomínio de atletas brancos (57,8%), com 14 anos (75,0%), sem atividade remunerada (79,7%), pertencentes às classes socioeconômicas C, D e E (31,2%). A maioria dos atletas era proveniente de estados da região sudeste (40,6%), sendo que 16 (25,0%) eram do estado de São Paulo; 57 (64,1%) atletas praticavam na escola e/ou em clubes das suas cidades, sem recebersalário; 23 (35,9%) atletas treinavam de seis a nove horas semanais e 20 (31,3%), treinavam de 10 a 20 horas semanais. O intervalo das médias pré e pós acampamento variou de "quase nunca" a "raramente" para as subescalas Exaustão Física e Emocional e Desvalorização Esportiva, e para o Burnout total; e de "raramente" a "algumas vezes" para a subescala Reduzido Senso de Realização, com aumento estatisticamente significante dos valores obtidos nos pós acampamento (p0,001). Concluiu-se que o Acampamento Nacional de Desenvolvimento e Melhoria Técnica, realizado anualmente pela Confederação Brasileira de Handebol é um ambiente competitivo desgastante, que favorece o desencadeamento da Síndrome de Burnoutnos competidores e, ao término do acampamento, foram selecionados os atletas com maior capacidade de enfrentamento da pressão e das adversidades presentes neste ambiente competitivo e desgastante.

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Palavras-chave: Esportes juvenisAtletasEstresse profissional