Dissertação - Laura Fontoura Perim

SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE

Autor: Laura Fontoura Perim (Currículo Lattes)

Resumo

A sífilis é uma das doenças mais antigas conhecidas no mundo, porém ainda hoje é considerada uma importante questão de saúde pública, dada sua alta incidência. Apresenta predominantemente transmissão venérea, ocorrendo também por transfusão de sangue ou por via placentária durante a gravidez, ocasionando a sífilis congênita. A incidência e as sequelas da sífilis congênita estão diretamente relacionadas com a qualidade da assistência do pré-natal. O aumento na incidência dessa infecção na população está associado a vários fatores socioculturais que muitas vezes dificultam a troca entre as Equipes de Saúde e a gestante. Tratou-se de uma pesquisa documental ex-post-facto ("a partir do fato passado"). Os objetivos do estudo foram: analisar o perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita do município de Rio Grande/RS através de uma série histórica de cinco anos (2015 e 2019); analisar os dados epidemiológicos relacionados ao diagnóstico e tratamento da sífilis gestacional e congênita, entre os anos de 2011 e 2019 refletindo acerca das ações da Atenção Básica com enfoque na prevenção. Os dados foram coletados com informações contidas no Boletim Epidemiológico da Sífilis e DATASUS. Os dados foram digitados em um banco e após foi realizada análise estatística descritiva com descrição das frequências das variáveis categóricas, e média de desvio padrão para as numéricas, foram aplicados os testes de chi-quadrado para as variáveis categóricas e testes t e ANOVA para as variáveis numéricas, foi considerado estatisticamente significante o valor de p<0,05. O estudo evidenciou que entre os anos de 2015 á 2019, em relação ao perfil socioepidemiológico dos casos de sífilis gestacional em Rio Grande/RS, verifica-se uma maior prevalência entre mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos (variando entre 44 e 61%), brancas (variando entre 46 e 56%) ensino fundamental incompleto 5ª á 8ª série (variando entre 19 e 26%). Nos casos de sífilis congênita observou-se uma maior prevalência entre mulheres brancas (variando entre 45 e 53%), com idade entre 20 e 29 anos (variando entre 45 e 64%) e com ensino fundamental incompleto (variando entre 16 e 23%). Observou-se uma maior prevalência de diagnóstico de sífilis gestacional durante o terceiro trimestre de gestação. Nos anos de 2015, 2016, 2018 e 2019 a classificação da sífilis latente foi semelhante ao diagnóstico de sífilis primária. Pode-se observar, que entre os anos de 2013 e 2019 a maioria dos casos de sífilis congênita, diagnosticados no município de Rio Grande, as gestantes realizaram pré-natal. No período analisado, os tratamentos para sífilis congênita foram considerados inadequados. Frente a este resultado, evidenciou-se a necessidade de trabalhar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento principalmente com a equipe da Atenção Básica, que visam a diminuição dos casos no município. Evidenciou-se, também, devido ao alto número de dados ignorados, a necessidade de fortalecer as ações no preenchimento das fichas de notificação epidemiológicas, pois a partir do preenchimento completo é possível identificar o perfil sócio epidemiológico da população estudada, tornando mais efetiva as ações á esse grupo populacional.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: Sífilis CongênitaSífilis em gestantesEpidemiologiaEnfermagem