PERFIL CLÍNICO, EPIDEMIOLÓGICO E LABORAL DOS TRABALHADORES DE SAÚDE ACOMETIDOS PELA INFECÇÃO POR SARS-CoV-2 DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO EXTREMO SUL DO BRASIL
Autor: Matheus Souza Silva (Currículo Lattes)
Resumo
Objetivo: analisar o perfil dos trabalhadores de saúde acometidos pela infecção por SARS-CoV-2 em um hospital universitário no extremo sul do Brasil. Método: pesquisa transversal, descritiva e exploratória de abordagem quantitativa. Foi realizado com trabalhadores de saúde de um hospital universitário do extremo sul do país que foram acometidos pela infecção por SARS-CoV-2. A obtenção dos dados foi através de documentos, como as notificações de síndrome gripal e prontuários médicos dos trabalhadores acometidos pela COVID-19. Os dados quantitativosforam analisados por meio da estatística descritiva e inferencial, pelo teste quiquadrado de Pearson. Foram respeitados os aspectos éticos da Resolução do Conselho Nacional de Saúde de número 510 de 2016, com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande, com parecer de aprovação número 4.911.791 e CAAE 48936921.1.0000.5324. Resultados: foram analisadas 222 notificações de trabalhadores infectados pela COVID-19 no período de 17 de março de 2020 a 18 de março de 2022. A idade média foi de 39,6 anos, predominância de mulheres trabalhadoras (77%), raça branca (82,4%), vinculados ao hospital pela CLT (73,4%), atuantes nas áreas assistenciais não exclusivas a COVID-19 (59%), da categoria profissional da enfermagem (60,4%). Os sintomas mais relatados foram: a dor de garganta (54,5%), a tosse (53,2), a dor de cabeça (36,9) e a febre (32%). As condições de saúde pré-existentes mais prevalentes foram: as doenças cardíacas (4,5%), o diabetes (3,6%) e as doenças respiratórias (3,2%). O tempo médio de isolamento domiciliar de 9,9 dias, com maioria (88,7%) com apenas uma atendimento na emergência, que foi o atendimento para realização do RT-PCR. Os trabalhadores do vínculo CLT apresentaram uma frequência significativamente maior de vacinados (52,8% versus 35,6%; p=0,0024) em relação aos colaboradores do vínculo RJU. Os trabalhadores das áreas administrativas apresentaram uma frequência estatisticamente maior de vacinados (p=0,028) em relação às demais áreas. Conclusões: conhecer o perfil de trabalhadores de saúde acometidos pela COVID-19 propicia subsídios para caracterizar essa população a fim de prosseguir as investigações acerca das repercussões da infecção por SARSCoV-2 na saúde e nos aspectos do processo de trabalho.