Tese - Aline Rodrigues Costa

SAÚDE MENTAL POSITIVA DE FAMILIARES CUIDADORES DE CRIANÇAS COM DOENÇAS CRÔNICAS

Autor: Aline Rodrigues Costa (Currículo Lattes)

Resumo

A doença crônica traz repercussões para o processo de cuidado à criança. Este estudo objetivou avaliar a Saúde Mental Positiva de familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas. Foi realizada uma pesquisa metodológica com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Participaram do estudo 172 familiares cuidadores de crianças atendidas em um Hospital do extremo sul do Brasil. Os dados foram coletados no segundo semestre de 2020 por meio da aplicação do Cuestionario de Salud Mental Positiva CSM+ de Lluch, organizados em uma matriz no Excell e submetidos ao software estatístico R Project dos Statistical Computing versão 4.1.0. Os dados receberam tratamento estatístico descritivo e análise inferencial, sendo apresentados na forma de gráficos e tabelas. Foram respeitados os princípios éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. Os resultados mostraram que que a maioria (138 / 80,3%) era mãe das crianças, mulheres (157 / 91,3%), com idades entre 20 e 39 anos (112 / 65.12%), casados (109 / 63%), com Ensino Médio completo (65 / 37,8%), naturais do município onde o estudo foi realizado (118 / 69%). Apresentavam patologias físicas (73 / 42%), sendo as mais citadas o HIV e a Hipertensão Arterial Sistêmica entre outras; 41 (23,84%) referiram algum tipo de problema de saúde mental em que 26 (63,41%) tinham depressão, 13 (31,71%) eram usuários de drogas ilícitas, um (2,44%) tinha transtorno bipolar e um (2,44%) era alcoólatra. Quanto à satisfação pessoal a maioria dos familiares 128 (74,4%) apresentou nível alto de saúde mental positiva. No entanto, cinco (2,9%) apresentaram nível baixo e 39 (22,7%) nível intermediário. O nível de atitude pró-social foi alto, representado por 137 (79,7%) familiares. No entanto, sete (4,1%) apresentaram nível baixo e 28 (16,3%) nível médio. O nível de autocontrole obtido foi alto, sendo representado por 153 (89,0%) familiares. No entanto, quatro (2,3%) apresentaram nível baixo. O nível de autonomia, também foi alto, sendo representado por 121 (70,3%) participantes. Mas 50 (29,1%) apresentaram nível intermediário. Quanto à resolução de problemas e realização pessoal verificou-se que a maioria 153 (89,0%) apresentou nível alto. No entanto, 18 (10,5%) encontram-se no nível intermediário. Quanto à habilidade de relação interpessoal, verificou-se que a maioria, 128 (74,4%), apresentou nível alto. No entanto, 38 (22,1%) apresentou nível intermediário e seis (3,5%) nível baixo. A análise inferencial mostrou autonomia prejudicada nos familiares com problemas de saúde mental. A saúde mental positiva obteve no geral 156 (90,7% dos participantes), estando no nível alto. Pode concluir que promover a saúde mental positiva dos familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas é uma prioridade necessária. Para tal efeito deve-se melhorar a prestação de cuidados, criando-se novos programas de intervenção, avaliando a eficácia dos programas já existentes na busca por fortalecer as habilidades e recursos pessoais de cada participante. Verificou-se a possibilidade do enfermeiro atuar na perspectiva da promoção da saúde mental positiva, intervindo sobre os aspectos afetados, auxiliando familiares cuidadores de crianças com doenças crônicas a se fortalecerem tanto física quanto emocional e mentalmente.

TEXTO COMPLETO DA TESE

Palavras-chave: Saúde mental positivaCriançasFamíliaDoença crônicaQuestionário de saúde do pacienteEnfermagem